
O governo federal desembolsou mais de R$ 30 mil para que a primeira-dama voasse em classe executiva da TAP e da LATAM para um evento em Roma.
Dados abertos apurados pelo jornalista André Shalders, do jornal Estado de São Paulo, apontam que Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, viajou de Brasília a Lisboa e depois até Roma em um voo da TAP em 9 de fevereiro, voando na classe executiva das aeronaves Airbus A330neo e A321neo.
Na classe Executiva da TAP, os assentos viram cama e o serviço de bordo é diferenciado, com uma carta de vinhos e refeições com entrada, prato principal e sobremesa, como o AEROIN mostrou em primeira mão em 2018, quando foi convidado pela companhia e pela fabricante Airbus para voar no A330neo durante a certificação global do modelo.
Já o regresso foi pela LATAM, no voo direto que partiu de Roma e foi até Guarulhos, operado pelo Boeing 777-300ER no dia 13 de fevereiro, também na cabine Executiva.
A visita de Janja à Roma foi em ocasião de eventos do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrário – FIDA, da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, além de um encontro com o Papa Francisco, pouco antes de o Pontífice da Igreja Católica ser internado. A viagem à capital italiana e um dos berços do Ocidente foi compartilhada pela esposa do Presidente Lula:
Além da Primeira-dama, outros membros do governo federal também participaram da viagem, incluindo o Ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, assessores e fotógrafos. Segundo os dados abertos, a agem de Janja custou R$ 34 mil, já a do ministro foi no valor de R$ 30 mil.
Este alto custo se deu pelo fato de que as agens foram compradas no último dia de janeiro, faltando 10 dias para o evento, e, dado à alta demanda, naturalmente os preços ficam mais altos.
Janja viajou a Roma na classe executiva, mesmo sem ser ministra, e agens custaram R$ 34 mil
— andre shalders (@andreshalders) February 25, 2025
Comitiva brasileira tinha 12 pessoas e gastos foram de R$ 300 mil
Mostramos no @Estadao pic.twitter.com/O2jcmjazdr
Enquanto Wellington Dias tem o direito à classe executiva custeada pelo governo federal em voos superiores a sete horas, conforme consta no Decreto 10.934/2022, Janja não é Ministra, não detém cargo de comissão ou função de confiança de alto nível e nem é servidora que representa autoridade nestes altos cargos, portanto não teria direito ao benefício com dinheiro público.
A Secretaria de Comunicação do Planalto defendeu, porém, em nota que “Janja viajou como colaboradora do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Para informações sobre custos da viagem, sugerimos consultar o ministério“. No total, a viagem do grupo custou quase R$ 300 mil.