
A partir de 2025, todas as auditorias da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) em seu programa de Auditoria de Segurança Operacional da IATA (IOSA) serão realizadas seguindo uma metodologia baseada em risco.
Esta medida promete redefinir a forma como as companhias aéreas são avaliadas em termos de segurança operacional, proporcionando avaliações mais personalizadas e focadas.
A mudança foi apresentada por Mark Searle, diretor global de segurança da IATA, durante um evento de mídia realizado em 10 de dezembro. Por mais de 19 anos, o programa IOSA tem sido o padrão global para a avaliação da segurança operacional no setor aéreo, avaliando os sistemas de gestão e controle das companhias aéreas.
Atualmente, 440 companhias estão registradas no IOSA, incluindo 102 que não são membros da IATA. O programa é fundamental para a segurança da aviação, e os dados de 2023 revelam que as empresas registradas no IOSA tiveram um histórico de segurança impecável, sem perdas de fuselagem ou acidentes fatais, superando significativamente o desempenho das companhias não registradas.
No entanto, a IATA busca ir além desse recorde de segurança por meio de uma abordagem mais proativa e focada em risco. Desde 2022, a IATA tem trabalhado na evolução do IOSA para um modelo baseado em risco, que será totalmente implementado nas renovações a partir de 2025. Essa nova metodologia permitirá adaptar as auditorias ao perfil de risco específico de cada companhia, concentrando-se nas áreas de maior risco operacional.
Dentre as vantagens desse novo modelo de auditoria, destaca-se a capacidade de ir além das avaliações tradicionais que medem principalmente a conformidade com os padrões do IOSA. A abordagem traz uma avaliação de “maturidade” dos sistemas de gestão de segurança (SMS) das companhias aéreas, permitindo uma análise mais profunda da eficácia desses sistemas críticos de segurança na prática.
O processo de auditoria utilizará a priorização baseada em dados, focando nas áreas onde os riscos são mais prevalentes e onde melhorias são necessárias.
Na prática, isso significa que o escopo das auditorias será mais enxuto, concentrando-se nos aspectos críticos de segurança, enquanto ainda fornece uma avaliação abrangente do desempenho de cada companhia.
O retorno das auditorias-piloto foi extremamente positivo, com as companhias aéreas reconhecendo o valor agregado das avaliações de maturidade, que oferecem uma validação independente da eficácia de seus sistemas de segurança.
Embora a transição para uma abordagem baseada em risco seja significativa, a IATA garantiu a seus stakeholders que as taxas para as auditorias permanecerão inalteradas. Os custos adicionais para as companhias aéreas se restringirão às despesas de viagem e acomodação dos auditores do IOSA.
Entretanto, para aquelas que demonstrarem alto desempenho por meio das avaliações de maturidade, os cronogramas de auditoria poderão ser estendidos, resultando em uso mais eficiente de recursos.
A mudança na metodologia não se limita apenas à melhoria da segurança operacional individual das companhias aéreas; pretende também oferecer uma visão mais clara e precisa das tendências de segurança global. Ao concentrar o foco nas áreas mais críticas, a IATA visa aprimorar o desempenho geral de segurança da indústria.
A nova abordagem gerará relatórios de auditoria mais detalhados e acionáveis, capturando insights de segurança que poderão levar a melhorias concretas na segurança da aviação em todo o mundo.
Além desses benefícios imediatos, o objetivo a longo prazo da mudança é reduzir as taxas de acidentes em uma escala global. Ao coletar dados mais detalhados e utilizar métodos avançados de relatórios digitais, o IOSA ajudará as companhias aéreas a identificar riscos potenciais antes que se tornem problemas de segurança, contribuindo para um ambiente de aviação mais seguro para todos.