
A comunidade indígena Kanaimö, localizada no Parque Nacional Canaima, no estado de Bolívar, na Venezuela, realizou uma paralisação de suas atividades, incluindo o fechamento da pista de pouso e das operações do aeroporto local, segundo informaram dois operadores turísticos.
Esta medida foi adotada na noite de 12 de junho, após uma assembleia organizada pela Capitania Geral do setor II de Kamarata, de acordo com o jornal venezuelano El Pitazo.
A paralisação, designada pelos nativos como “greve geral pacífica”, é uma resposta à escassez de combustível que está afetando a operacionalidade dos acampamentos turísticos e os serviços comunitários.
A Capitania convocou os acampamentos turísticos a permitir que seus funcionários se juntem à greve sem receio de retaliações, e solicitou uma reunião urgente com representantes das Forças Armadas, do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) e autoridades da Pdvsa, além de exigir um encontro com ministros do gabinete de Maduro, alertando que não aceitarão delegados como representantes.
The indigenous community of Canaima, in the state of Bolívar, Venezuela
— FL360aero (@fl360aero) June 14, 2024
, closed the airport and declared a "peaceful general strike" in the Kanaimo community to protest the fuel shortage in the area.
The indigenous people published a statement on Wednesday, in which they… pic.twitter.com/TGZdf89QOD
Um empresário do turismo indicou ao El Pitazo que os acampamentos e pousadas precisam de pelo menos 17.000 litros de gasolina por mês para operar de maneira otimizada, incluindo transferências e eios de barco. No entanto, o último fornecimento de combustível foi de 7.900 litros de gasolina e 13.000 litros de diesel, quantidade considerada insuficiente tanto pela comunidade como pelos operadores turísticos.
“Estamos em uma situação crítica. O que o governo nacional nos fornece não é suficiente para operar durante um mês. Fizemos muitas gestões, mas não houve solução. Fomos proibidos de retirar combustível de La Paragua e só podemos trazê-lo de Puerto Ordaz em quantidades limitadas. Como podemos prestar serviço a 200-300 pessoas por semana sem combustível?”, comentou um empresário do setor.
Segundo dados da Associação de Operadores Turísticos de Canaima (Asocanaima), existem 9 acampamentos e 43 empreendedores na área. “Isto é a crônica de uma morte anunciada. Tentamos manter as operações sem afetar a imagem do parque, mas a situação é insustentável”, disse um operador turístico.
Um trabalhador do parque informou que o fechamento do aeroporto afeta cerca de 100 turistas presentes no local. Além disso, a comunidade indígena exige a regularização do fornecimento de gás e serviços básicos dentro da localidade.