
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informou que se reuniu ontem, 18 de dezembro, com o Instituto Brasileiro de Aviação (IBA) para tratar sobre a proposta deste de estimular que o transporte aéreo de órgãos, tecidos e equipes médicas seja realizado por centenas de proprietários e operadores de aeronaves privadas.
O diretor-presidente da ANAC, Tiago Pereira, entregou ao presidente do IBA, Francisco Lyra, a resposta formal da Agência à consulta formulada pelo instituto no último mês de novembro. No documento, constam as seguintes informações:
– Não há óbices para que um operador privado, sem que haja remuneração, transporte em sua aeronave órgãos, tecidos, equipes médicas ou pessoas envolvidas com o transplante de órgãos;
– Esse tipo de transporte não se configuraria, em nenhuma hipótese, como Transporte Aéreo Clandestino de ageiros (TACA);
– Há a possibilidade de ocorrer o ressarcimento dos custos operacionais, mas sem caracterização de remuneração ao proprietário ou operador da aeronave, nos termos do Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) nº 91.


Durante o processo istrativo foram consultadas as Superintendências de Padrões Operacionais (SPO), de Ação Fiscal (SFI) e de Infraestrutura Aeroportuária (SIA) da ANAC.
Para Tiago Pereira, a mobilização entre sociedade civil e operadores da aviação geral demonstra como é possível, por meio de uma cooperação efetiva, chegar a soluções que podem salvar vidas humanas.
“Estamos muito satisfeitos em poder dar o respaldo técnico necessário para garantir a segurança dessa iniciativa e contribuir para colocar a aviação, meio de transporte rápido e seguro, a serviço de uma causa de valor inquestionável para o nosso país”, afirmou.
Francisco Lyra destacou as dimensões continentais do nosso país, o tamanho da frota de aeronaves privadas e a importância do transporte aéreo para encurtar distâncias e tempos entre doadores e receptores de órgãos.
“Há no Brasil mais de 60 mil pessoas aguardando na fila por um órgão para transplante. O IBA acredita profundamente que muitas vidas podem ser salvas se for possível engajar os proprietários dessas aeronaves e fomentar esse tipo de transporte”, explicou.
Também participaram da reunião na sede da ANAC o membro do Departamento de Transplante Cardíaco da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), Ronaldo Honorato, e a concessionária CCR Aeroportos, primeira a aderir formalmente ao projeto de apoio logístico da aviação geral ao transporte de órgãos para transplantes.
