Investigadores britânicos de acidentes aéreos aumentaram a pressão sobre a fabricante de aeronaves Boeing ao solicitarem à empresa que prove que seus aviões 767 cumprem os requisitos de certificação para grandes aviões de ageiros. Esta solicitação veio após um incidente grave envolvendo um jato da Delta Air Lines.
Segundo o site britânico The Independent, o pedido foi formalizado na última quinta-feira (18), após a publicação de um boletim de Recomendação de Segurança do British Air Accidents Investigation Branch (AAIB) sobre um pouso de emergência ocorrido em 10 de fevereiro de 2023.
O incidente envolveu um Boeing 767-300 da Delta Air Lines, de matrícula N197DN, que estava programado para voar do Aeroporto de Edimburgo para o Aeroporto JFK, em Nova York, com 211 ageiros e 10 tripulantes a bordo.
Durante a decolagem, uma das lâminas da turbina de alta pressão no motor direito quebrou, danificando outras cinco lâminas.
Embora o motor ainda estivesse produzindo empuxo, o dano causou muitas vibrações, resultando no rompimento de um tubo de drenagem de combustível na asa direita. Após o pouso, o combustível vazava da asa para o solo, próximo aos freios quentes. Serviços de emergência rapidamente contiveram o combustível, evitando um incêndio potencialmente catastrófico.
Inicialmente, os pilotos não perceberam nada de errado, mas os comissários de bordo notaram uma vibração contínua e alta e um som de chocalho durante o táxi e a decolagem. O chefe dos comissários tentou contatar os pilotos, que estavam ocupados com os procedimentos de decolagem. Somente após a decolagem, os pilotos começaram a receber alertas do computador sobre problemas no motor direito.
Após conversar com o chefe dos comissários, um piloto de reserva verificou a cabine, mas não notou nada incomum. Mesmo assim, o comandante decidiu desviar para o Aeroporto de Prestwick, na Escócia. Devido ao pouso com excesso de peso, o comandante solicitou que os serviços de bombeiros do aeroporto estivessem prontos na chegada, antes de notar uma grande vibração do motor. Um ageiro filmou chamas amarelas saindo do motor.
O avião pousou com segurança em Prestwick e escadas foram rapidamente anexadas à frente do avião e os ageiros foram ordenados a sair, deixando toda a bagagem para trás. A evacuação levou cerca de 5 minutos e 20 segundos, enquanto a brigada de incêndio do aeroporto implementava medidas de contenção para impedir que o combustível atingisse os freios.
Como resultado deste incidente grave, o fabricante da aeronave tomou medidas de segurança, iniciando um projeto para revisar o design do tubo de drenagem e buscar possíveis melhorias de confiabilidade. A AAIB informou que, até o momento da publicação do relatório, a Boeing concluiu que não havia risco aumentado de um resultado catastrófico devido a um tubo de drenagem quebrado.
A AAIB pediu à istração Federal de Aviação (FAA) que revisse a análise da Boeing de que um tubo de drenagem quebrado poderia causar um resultado catastrófico. O fabricante do motor informou aos investigadores que houve dois incidentes semelhantes, e em ambos os casos, o tubo de drenagem se rompeu.
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