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Latam desiste de comprar a Aerolíneas Argentinas, mas a Gol ainda está interessada 5c32u

Imagem: Divulgação

O clima de tensão na indústria da aviação argentina aumentou consideravelmente nos últimos dias, levando o governo a manter conversações formais sobre a venda da Aerolíneas Argentinas. Nessa linha, o Chefe de Gabinete Guillermo Francos e o Ministro da Economia Luis Caputo receberam o representante da Gol, Alberto Fajerman, na Casa Rosada, numa tentativa de implementar um plano que busque reduzir os conflitos sindicais que têm assolado o setor. 1f414c

A situação se complica ainda mais com a recente decisão da LATAM Airlines, a companhia aérea nacional do Chile, de se retirar das negociações para adquirir a Aerolíneas Argentinas. Por outro lado, a Abra Group, que controla a Avianca na Colômbia e a Gol no Brasil, ampliou sua participação, demonstrando um crescente interesse na companhia argentina.

Como informa o site El Economista, Francos expressou que está disposto a abrir mão do controle das operações da Aerolíneas caso as greves dos sindicatos da aviação continuem, evidenciando a urgência e a gravidade da situação.

Em um comunicado à imprensa, o governo argentino confirmou que já entrou em contato com empresas como a Flybondi e planeja se reunir com a JetSmart. Além disso, autoridades confirmaram que a LATAM, apesar de relatar interesse em Aerolíneas, não faz parte das conversas que o governo está mantendo com holding estrangeiras no momento. Há três outros interessados no processo: Azul Linhas Aéreas, o grupo Abra e o empresário Germán Efromovich.

Sob pressão para acelerar a venda, o governo argentino já deu o sinal verde inicial para colocar a Aerolíneas Argentinas à venda, sem possibilidade de voltar atrás.

A série de conflitos internos e atrasos operacionais da companhia fez com que uma questão que não era prioridade se tornasse central na agenda governamental. A intenção original envolvia uma privatização estrita, mas agora percursos alternativos estão sendo considerados devido à urgência da situação.

Para que a companhia deixe de ser controlada pelo Estado, será necessário que o Congresso argentino aprove a venda, um fator que limita consideravelmente o tempo disponível para a execução do plano.

O governo está avaliando a possibilidade de que uma ou mais companhias aéreas assumam as rotas domésticas atualmente operadas pela Aerolíneas, visto que a análise estatal indica que as operações locais são mais atrativas neste momento.

Com o futuro da Aerolíneas Argentinas em jogo e a pressão crescente dos sindicatos, o governo argentino se vê em uma posição delicada, onde decisões rápidas e eficazes são essenciais para evitar colapsos nos serviços de aviação do país e garantir uma transição tranquila para novos operadores.

Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.