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Após sugestões de alguns leitores, relembramos hoje um incidente registrado pouco mais de 23 anos atrás, no qual um trijato MD-11 brasileiro perdeu a separação mínima de segurança com um Jumbo Boeing 747 quando ambos sobrevoavam a populosa Los Angeles, nos Estados Unidos.

Era 16 de abril de 1997, uma época em que a companhia aérea brasileira VASP possuía algumas unidades do maior trijato produzido pela McDonnell Douglas em sua frota para voos internacionais de longo curso, quando o incidente aconteceu na aproximação de pouso para o Aeroporto Internacional de Los Angeles.
Segundo reportes do Los Angeles Times e da Folha de São Paulo, datados de 18 de abril daquele ano, a istração Federal de Aviação dos EUA (FAA) divulgava informações de que o MD-11 brasileiro havia se desviado da trajetória correta de voo e perdido a separação mínima que deveria manter em relação a um Jumbo da holandesa KLM.

O trijato da VASP, proveniente de Osaka, no Japão, levava 133 pessoas a bordo e chegava a Los Angeles pelo norte do aeroporto, tendo recebido orientação para curvar à direita e interceptar o alinhamento com a pista 24L. Enquanto isso, o Boeing 747 da KLM chegava de Amsterdã, na Holanda, com 362 pessoas a bordo para pouso na pista 25L.
A imagem a seguir, de dois aviões se aproximando do pouso em Los Angeles, mostra trajetórias semelhantes às feitas pelo MD-11 (linha de cima) e pelo 747 (linha de baixo).

O Jumbo Jet já estava alinhado em sua trajetória de aproximação, e o MD-11 da VASP se enquadraria paralelamente a ele, uma vez que as pistas de Los Angeles são paralelas mas devidamente afastadas para que duas aeronaves pousem ao mesmo tempo, lado-a-lado, em segurança.
Entretanto, o avião da companhia brasileira fez uma curva muito mais aberta do que a ideal, ultraando o alinhamento da pista 24L e aproximando-se do 747. A distância entre os dois grandes aviões se reduziu a 0.57 milha na horizontal e a 400 pés na vertical.
Diante da aproximação, segundo o Los Angeles Times, o piloto do Boeing 747 avistou o MD-11 e efetuou uma manobra de desvio, embora não tenha havido necessidade de fazer o movimento de forma abrupta.
À tripulação da VASP, o Controle de Tráfego Aéreo deu a instrução para que realizasse uma volta de 360º e se alinhasse corretamente com a pista de pouso, enquanto o Jumbo da KLM prosseguiu para seu pouso.
Após o incidente, os pilotos brasileiros afirmaram que a falha aconteceu porque o piloto automático não cumpriu a curva de forma fechada o suficiente quanto deveria ter sido feita.
Apesar da justificativa, Mitch Barker, porta-voz da FAA, disse que o piloto é o responsável pela operação e segurança do avião. “No momento, estamos tratando isso como um desvio do piloto porque a aeronave brasileira não cumpriu as instruções do controle de tráfego aéreo”, disse. “Sempre há tempo para desligar o piloto automático e assumir o comando quando o piloto automático não executa os ditames do voo.”
Segundo a Folha, ao consultar a VASP a companhia aérea informou, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que o incidente em Los Angeles seria comum e ocorreria uma vez a cada dois dias devido ao tráfego intenso do aeroporto norte-americano, e que a disposição das duas pistas de pouso em Los Angeles, que são paralelas, facilita esse tipo de incidente.