Um recorde foi batido numa grande companhia aérea americana, mas não de carga transportada ou voos realizados, e sim de pilotos que pediram demissão.

A Atlas Air, especialista em carga e maior operadora hoje do Boeing 747, o clássico Jumbo, tem perdido pilotos desde que a demanda por viagens aéreas voltou nos EUA. O motivo não é a diminuição nos voos de carga pela volta dos voos de ageiros, e sim o fato de que as companhias aéreas de ageiros têm voltado a contratar, fazendo com que muitos dos tripulantes da Atlas Air saiam da empresa.
A Atlas, inclusive, abriu uma seleção para pilotos, mas apenas dois candidatos teriam aparecido, mostrando que o recrutamento foi um verdadeiro fiasco. Por trás de tudo isso está o salário oferecido pela empresa cargueira.
A Atlas tem registrado lucros recordes durante a pandemia, mas não subiu proporcionalmente o salário dos pilotos, que sempre foi considerado muito baixo para com relação à concorrência. Com isso, os profissionais têm recebido ofertas melhores e saem.
Com a retomada dos voos de ageiros, esse movimento se massificou e atingiu 396 pessoas nesta semana, no acumulado do ano, mas irá ar dos 400 com os pedidos de demissões que ainda estão sendo processados, segundo o sindicato da categoria.
A situação deve persistir nos próximos meses, já que a Atlas continua resistente a não mudar a remuneração de seus pilotos no curto prazo.