
A recente tragédia aérea em Muan, na Coreia do Sul, que resultou na morte de 179 pessoas das 181 a bordo de um voo da Jeju Air, trouxe à tona questões críticas sobre a segurança das operações em aeroportos, especialmente no que diz respeito às estruturas erguidas para facilitar as aterrissagens.
O acidente ocorreu em 29 de dezembro, quando o avião Boeing 737-800 colidiu com uma colina de terra que havia sido construída para alojar os rádios-faróis que auxiliam no procedimento de aterrissagem por instrumentos das aeronaves, o ILS.
Esses equipamentos são essenciais para que os pilotos realizem pousos instrumentais em condições meteorológicas adversas. O aterro, que elevava os faróis para o mesmo nível da pista, foi erguido em 2023 e possuía cerca de 2 metros de altura. Junto com as antenas, a estrutura atingia 4 metros.
Why was there a concrete wall at the end of runway 19 causing the destruction of the Jeju Air Boeing 737-800? https://t.co/KCsDYPs5ok pic.twitter.com/k65iQxHCwc
— AIRLIVE (@airlivenet) December 30, 2024
Embora de acordo com as autoridades sul-coreanas a construção estivesse dentro das normas, a proximidade da edificação ao final da pista – apenas 251 metros fora da zona de segurança – levantou preocupações sobre a adequação dos regulamentos existentes.
Após uma primeira tentativa de pouso, o avião foi forçado a realizar uma manobra de arremetida, mas as testemunhas relataram que o motor estava em chamas enquanto ainda estava no ar, possivelmente devido a uma colisão com aves.
A tripulação então tentou pousar a aeronave com brevidade e o trem recolhido, por alguma razão ainda a ser explicada, mas não conseguiu reduzir a velocidade adequadamente, levando à colisão fatal com a estrutura.
Especialistas e membros do público sul-coreano têm questionado a lógica por trás da construção de tais estruturas em áreas tão próximas da pista de pouso. Em comparação, em outros aeroportos importantes do país, como Gimpo e Incheon, as balizas de rádio estão instaladas a níveis mais seguros, ou seja, no solo ou ligeiramente acima, minimizando o risco de acidentes.
O acidente levanta uma questão crítica sobre o design e a regulamentação de infraestrutura aeroportuária e a adequação das medidas de segurança em relação às práticas internacionais.