
Um novo movimento nas esferas políticas dos Estados Unidos busca revogar uma proibição que impede voos supersônicos sobre terras americanas, uma regra em vigor desde 1973. Este impedimento é um dos vários obstáculos enfrentados por empresas do setor aeronáutico que aspiram a lançar uma nova geração de jatos de ageiros supersônicos no mercado.
Os senadores Ted Budd, da Carolina do Norte, e Troy Nehls, membro da Câmara dos Representantes do Texas, apresentaram um projeto de lei que exigiria que a istração Federal de Aviação (FAA) permitisse voos supersônicos sobre terra dentro de um ano, sem a necessidade de autorizações especiais.
A proposta, conhecida como “Supersonic Aviation Modernization Act”, é considerada uma potencial revolução pela Boom Supersonic, uma desenvolvedora de jatos de ageiros que busca fabricar seu modelo Overture na Carolina do Norte.
Segundo o escritório de Nehls, o projeto de lei ordenaria à FAA que “publicasse ou revisasse regulamentos, dentro de um ano após a promulgação, para permitir que aeronaves civis operem a velocidades de Mach 1 ou superiores, contanto que nenhum estrondo sônico chegue ao solo dentro dos Estados Unidos”.
Os dois legisladores republicanos argumentam que a aprovação da lei é crucial para a segurança nacional, uma vez que assegura que o desenvolvimento da tecnologia supersônica americana não seja ofuscado pelos avanços na China.
Nos últimos anos, diversas empresas americanas tentaram desenvolver jatos de ageiros supersônicos, mesmo diante da proibição, na esperança de que as restrições fossem levantadas.
Algumas startups, como a Aerion, enfrentaram dificuldades financeiras e acabaram encerrando suas atividades. Por outro lado, a Boom, com sede em Denver, tem perseverado e recentemente testou seu protótipo XB-1, voando em velocidades supersônicas sobre a Califórnia, com uma autorização especial.
A empresa garante que o estrondo sônico gerado por seu futuro jato Overture não será audível no solo, graças a um fenômeno chamado “Mach cut-out”, que impede que o som alcance o nível do chão devido à combinação de condições ambientais e ao design da aeronave.
O CEO da Boom, Blake Scholl, ressaltou a necessidade de permitir voos supersônicos sem estrondos audíveis, afirmando que a proibição tem freado o progresso por mais de cinquenta anos e pedindo ao Congresso que aprove a nova legislação.
Vale ressaltar que esta não é a primeira iniciativa dos legisladores americanos para derrubar a proibição. Um projeto similar apresentado em 2017 não conseguiu avançar. Além disso, a NASA tem trabalhado em aeronaves supersônicas “silenciosas” como parte de seu projeto de Demonstração de Voo de Baixo Estrondo.
Um exemplo é o X-59, desenvolvido em parceria com a Lockheed Martin, que deveria ter realizado seu primeiro voo até agora, mas enfrentou atrasos devido a desafios na área de controle de voo.