
Na quinta-feira, 8 de agosto, o RIOgaleão – Aeroporto Internacional Tom Jobim, do Rio de Janeiro (RJ), divulgou o Balanço Semestral de 2024 de seu segmento de Cargo. Os dados mostram um ótimo desempenho no 1º semestre de 2024, com 29 mil toneladas de mercadorias entre importações e exportações, sendo que as importações totalizaram US$ 6,4 bilhões em valor declarado. Com isso, a concessionária projeta mais um forte aumento anual, de 15%, para o total de 2024.

Esse resultado do 1º semestre representa um novo recorde desde o início da concessão, decorrente de um aumento de 12% no volume e 18% no valor das cargas em relação ao 1º semestre de 2023.
Além disso, as operações do RIOgaleão Cargo estão 16% mais eficientes na comparação 2023 x 2022 e 65% mais ágeis desde o início da concessão (2014). Só no último ano, houve uma redução de 6 horas e 42 minutos no tempo de liberação das cargas, chegando ao valor de 33h56min, contra 96h07min em 2014.

“O ano de 2024 tem sido muito especial para o RIOgaleão. Neste semestre, o RIOgaleão Cargo avançou de uma participação de 25% para 31% no valor de todas as mercadorias importadas que chegam ao estado do RJ. Além disso, a entrada da rota regular da companhia aérea cargueira Atlas Air e o aumento de frequências de voos de ageiros para os Estados Unidos e Europa proporcionam maior capacidade no envio de carga para o RIOgaleão e melhores ofertas de frete aéreo”, comenta Patrick Fehring, Diretor de Negócios Aéreos do RIOgaleão.
Os setores que mais contribuíram para esses resultados foram Transporte Aéreo, com 21% (CIF) e 19% (peso); Petróleo e Gás, com 18% (CIF) e 5% (peso); Farmacêutico, com 21% (CIF) e 3% (peso); e Automotivo, com 118% (CIF) e 218% (peso).
Esses aumentos refletem tanto questões de mercado, tais como o crescimento do setor de Petróleo e Gás, a força da Indústria Farmacêutica e os investimentos no mercado de Aviação no RJ, quanto a maior oferta de rotas para o RJ e o reconhecimento dos clientes na eficiência das operações do RIOgaleão Cargo.
“O RIOgaleão continua atuando para prover junto aos seus clientes uma logística ágil e segura. No último ano ocorreu a mudança do sistema da Receita Federal, que foi trabalhado por todo nosso time, autoridades e parceiros como uma oportunidade para consolidar o Rio de Janeiro como uma referência em operações de carga aérea no país. O resultado foi o reconhecimento pela organização mundial das aduanas na excelência nessa transição que segue trazendo tempos de permanência de carga cada vez menores aos clientes do RIOgaleão”, complementa Leandro Lopes, Gerente Comercial de Cargas e Desenvolvimento de Negócios do RIOgaleão.
Além do crescimento nas importações do estado do Rio de Janeiro, o RIOgaleão também ampliou sua participação no cenário de todo o país. Sua participação de mercado, que era de 12% no último ano antes da pandemia da Covid-19, aumentou para 16% no 1º semestre de 2024:

Restrição no Santos Dumont e os impactos para o Rio de Janeiro
Embora toda a aviação esteja se beneficiando da própria recuperação do mercado aéreo após a pandemia da Covid-19, os dados do RIOgaleão Cargo mostram os impactos positivos que a limitação de número de ageiros no Aeroporto Santos Dumont, definida no final de 2023, causou para todo o Rio de Janeiro.
Isso porque o consequente aumento de voos domésticos de ageiros no RIOgaleão, que antes operavam no Santos Dumont, alimenta também um aumento dos voos internacionais de ageiros no Galeão. E como há muita importação de carga aérea feita nos compartimentos de barriga dos grandes aviões de voos internacionais, a maior oferta de capacidade está reduzindo o preço do frete aéreo e, por consequência, levando mais competitividade para a indústria fluminense.
Por exemplo, empresas que antes utilizavam aeroportos como Guarulhos e Campinas/Viracopos, ambos no estado de São Paulo, para fazer suas importações, porque tinham preço de frete mais barato nestes aeroportos, agora têm a viabilidade financeira de o fazer pelo RIOgaleão, além do ganho também no menor tempo de deslocamento rodoviário.
A GE Celma, localizada em Petrópolis (RJ), que realiza manutenção de motores aeronáuticos da marca GE utilizados em aeronaves de empresas do mundo todo, é um exemplo dessa mudança.
Há poucos anos, praticamente todas as suas importações de motores para manutenção e outros insumos não eram realizadas pelo Galeão, tendo que percorrer muitas horas em caminhões desde os aeroportos paulistas. Agora, o deslocamento dessa demanda para o próprio Rio de Janeiro, que já vinha ocorrendo antes da restrição do Santos Dumont, porém em menor escala, foi intensificado devido a melhor competitividade do frete aéreo no estado.
Em visita do AEROIN ao RIOgaleão Cargo nesta semana, o Gerente Comercial Leandro Lopes nos explicou em mais detalhes esta dinâmica e os resultados da limitação de ageiros no Aeroporto Santos Dumont:
“A gente viu uma migração principalmente dos voos domésticos para o Galeão. E esse voo doméstico é muito importante porque ele alimenta o voo internacional. Então, imagina que você tem um ageiro de Porto Alegre que quer voar para Miami. Porto Alegre não tem voo de Miami. Então, ele vai pegar um voo ou para o Rio ou para São Paulo.
Só que se o voo Porto Alegre-Rio estiver no Santos Dumont, ele não tem essa opção, porque o Santos Dumont tem a pista curta, não tem como ter avião grande para fazer a rota para Miami, então ele só tem a opção de ir por Guarulhos.
Toda vez que você concentra os voos domésticos no Santos Dumont, você não só atrapalha a conectividade doméstica, mas você dificulta muito o abastecimento dos voos internacionais, porque um voo Rio-Miami não tem só ageiro do Rio indo para Miami, ele tem ageiro de Porto Alegre, de Salvador, enfim, de vários outros estados que não têm voos diretos alimentando esse voo.”
Para o executivo da RIOgaleão, quando essa conectividade estava sendo tirada do Galeão, quem estava perdendo era todo o Rio de Janeiro, como mostram os dados de 2024:
“Após essa adequação no Santos Dumont, a gente viu o número de ageiros internacionais de Galeão, só no primeiro trimestre, crescer 30%. Reflexo disso: aumenta a conexão doméstica, aumenta a quantidade de ageiros chegando no Galeão e aumenta o número de ageiros internacionais. Quando você aumenta esse ageiro internacional, você permite mais voos internacionais, e é aí que entra o nosso negócio de carga.
Em um primeiro momento, ter mais voos internacionais não necessariamente estimula a demanda de carga, mas ele melhora a competitividade do preço do frete aéreo. A gente tem hoje em torno de 80% das cargas vindo no porão das aeronaves de ageiro nos voos internacionais. Logo, quando a gente aumenta essa oferta, o preço do frete cai.
E você tem que pensar que é uma competição interestadual. Um cliente internacional que manda carga para o Brasil vai mandar para Guarulhos ou para Galeão. Se tiver muito mais malha em Guarulhos, ou em qualquer outro aeroporto, do que no Galeão, o frete aéreo lá vai ficar mais barato, então a indústria começa a preferir mandar cargas para o outro estado.
Então o benefício que a gente acaba tendo aqui é que o frete no Galeão fica mais competitivo e as indústrias começam a ficar mais fortes, mais competitivas com indústrias de outros estados. Toda vez que você melhora o frete, você melhora a competitividade da indústria do Rio de Janeiro em relação aos outros estados.”
Apresentando dados para exemplificar, Leandro citou que o frete caiu 22% no mercado entre os Estados Unidos e o Rio de Janeiro, na comparação do primeiro semestre de 2024 com o mesmo período do ano ado. No caso da carga aérea vindo da Europa, o impacto foi menor, mas o valor do frete ainda caiu 7%.
Além do grande destaque do mercado internacional de importações, Leandro cita também que o Rio de Janeiro se beneficiou no mercado doméstico de cargas, uma vez que a transferência de voos domésticos de um aeroporto para o outro libera mais capacidade de carga de compartimento de barriga dos aviões de voos domésticos, já que a pista curta do Santos Dumont limita o peso de decolagem.

“A carga doméstica cresceu, no Rio de Janeiro, somando o Galeão e o Santos Dumont, 30% depois da adequação. Porque a demanda já existia, só que o Santos Dumont tem a limitação do tipo de aeronave que pode pousar e da capacidade de carga que o avião pode usar para conseguir pousar numa pista tão curta. Quando você traz isso para o Galeão, o mesmo voo não tem mais limitação nenhuma, ele pode vir lotado de carga para descer no Galeão.
Então, nessa mudança, não foi só a carga que estava no Santos Dumont que veio para o Galeão. O mercado do Rio de Janeiro, no total do Galeão mais Santos Dumont, cresceu 30%, mostrando como isso foi benéfico para o Rio de Janeiro na carga doméstica e no frete internacional”, concluiu Leandro.