
Em um episódio inusitado que chamou a atenção de muitos, um piloto da United Airlines quase viu sua carreira e liberdade ameaçadas quando foi detido no Aeroporto de Edimburgo, na Escócia, por carregar uma arma de choque em sua bagagem de mão.
Ryan Cecil, de 56 anos, foi surpreendido pela segurança do aeroporto quando a rotineira inspeção com raio-X revelou o artefato, que ele alegou inicialmente ser apenas uma lanterna.
O incidente ocorreu em 20 de janeiro, logo antes de Cecil se preparar para comandar o voo UA37 com destino a Newark. Como resultado, o voo precisou ser cancelado de última hora, prejudicando dezenas de ageiros.
A surpresa maior ficou por conta da legislação local: enquanto nos Estados Unidos a posse de armas de choque é em geral legalizada, no Reino Unido tais dispositivos são considerados armas de fogo, sujeitando seus portadores a severas consequências legais, incluindo longas penas de prisão.
Cecil poderia ter enfrentado uma sentença longa, mas escapou da prisão ao alegar que a posse do item foi acidental, argumento que foi aceito pelo tribunal. De acordo com declarações feitas por seu advogado, Cecil não tinha conhecimento de que o artefato estava na bagagem, mencionando que já havia ado por outros controles de segurança sem problemas antes de partir para Edimburgo.
“Foi um erro grosseiro dele, mas nos EUA o item não é regulado”, sustentou a defesa. Apesar de o juiz Charles Walls considerar o delito extremamente grave, optou por não sentenciar Cecil à prisão, cobrando uma multa de $11.000.
O caso levanta questões sobre os critérios de triagem de segurança nos aeroportos, especialmente considerando que tripulações americanas, sob o programa Known Crewmember, frequentemente recebem isenções nos procedimentos de segurança nos EUA. Entretanto, no Reino Unido, não existem tais concessões, colocando em risco tripulantes desavisados quanto às rigorosas leis locais de controle de armas.
O incidente deve servir de alerta para tripulações internacionais e reforçar a importância de atenção aos itens transportados em bagagens, uma vez que leis variam significativamente de país para país e as consequências por desconhecimento podem ser severas.