
O comandante Christopher Hollands recebeu o duvidoso reconhecimento de ser a primeira pessoa processada sob uma lei britânica que exige que pilotos de companhias aéreas comerciais estabeleçam e mantenham comunicação bidirecional com o controle de tráfego aéreo.
O piloto, agora condenado, recebeu uma multa de £ 4.511 (cerca de R$ 33 mil) após se declarar culpado por não manter contato contínuo com o controle de tráfego aéreo durante um voo de Oslo para Manchester.
A falha de Hollands levou o controle a alertar a Força Aérea Real (RAF) sobre uma possível ameaça de sequestro, resultando no acionamento de caças para interceptar e escoltar o Airbus A320, que transportava 58 ageiros. A aeronave foi direcionada para uma área isolada do aeroporto em Manchester, onde foi abordada por policiais fortemente armados.
O voo era operado pela SAS Connect, subsidiária britânica da companhia aérea escandinava, como parte de uma rota regular entre Noruega e Reino Unido, com o piloto Hollands no comando, informou o The Standard.
Durante a viagem, promotores da Autoridade de Aviação Civil (CAA) acusaram o piloto de ficar até 30 minutos sem responder às tentativas dos controladores de contato com a aeronave. A preocupação foi tão grande que os operadores declararam um possível incidente de segurança, levando ao envio dos caças Typhoon da RAF para a interceptação.
“Incidentes de perda de comunicação que resultam em alertas de segurança são uma preocupação significativa tanto para nós, como reguladores da aviação, quanto para o governo”, afirmou Glenn Bradley, chefe de operações de voo da CAA.
“A aviação é um dos meios de transporte mais seguros e depende da comunicação contínua dos pilotos com o controle de tráfego aéreo pelos canais padrão durante o voo”, acrescentou Bradley.
A CAA afirma estar trabalhando para reduzir o número de incidentes de perda de comunicação por meio da conscientização de pilotos e companhias aéreas sobre as consequências de um alerta de segurança. No entanto, a agência também alerta que pilotos agora podem enfrentar processos criminais, e, em casos mais graves, uma condenação pode resultar em pena de até dois anos de prisão.
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