
Em um dia frio de fevereiro, um tenso encontro ocorreu nos céus sobre os mares de Bering e Chukchi, perto do Alasca, envolvendo uma aeronave de combate Su-35S da Rússia e um F-35 dos Estados Unidos.
Uma filmagem, compartilhada apenas recentemente pelo canal militar russo Fighterbomber, revelou o caça Su-35S escoltando um bombardeiro estratégico Tu-95, enquanto voava perigosamente perto de um F-35 da 354ª Asa de Caça, baseado na Base Aérea de Eielson.
As imagens, que rapidamente se espalharam nas redes sociais, mostraram a proximidade entre as aeronaves. O vídeo capturou a vista do cockpit do piloto russo, que mantinha vigilância sobre o caça stealth americano.
Good morning ☀️ a little awesome footage for breakfast
— J J (@ArmyManJJ) April 4, 2025
Meeting above the Arctic.
The Russian Tu-95 strategic missile carrier (on the left) and its escort comprising of at least 1 Su-35 (cockpit view) are intercepted by a American F-35 of the 354th Fighter Airwing based in… pic.twitter.com/WtVRkBBorW
O comentário que acompanhava a filmagem enfatizou os perigos inerentes ao encontro, alertando que qualquer erro de cálculo poderia resultar em uma colisão catastrófica, quase garantida a terminar em ejeção sobre a vasta e implacável extensão do Ártico.
Este incidente ilustra a contínua relação de “gato e rato” entre as forças aéreas da Rússia e dos EUA em uma região que se tornou um ponto crítico geopolítico, refletindo as tensões mais amplas entre as duas potências.
A Zona de Identificação de Defesa Aérea do Alasca (ADIZ), onde o encontro ocorreu, é uma faixa de segurança que se estende além do espaço aéreo soberano dos EUA, destinada a monitorar e identificar aeronaves que se aproximam do território norte-americano.
O Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD) intercepta rotineiramente aeronaves militares estrangeiras nessa área, e as missões russas nesta região não são incomuns.
Nos dias 18 e 19 de fevereiro, o NORAD rastreou dois bombardeiros Tu-95 escoltados por dois caças Su-35S armados. As aeronaves Su-35S eram equipadas com mísseis ar-ar R-77 e R-73, demonstrando prontidão para um possível conflito.
Embora essas interceptações sejam frequentemente descritas como “sem incidentes”, elas fazem parte de uma prática de longa data que remonta à Guerra Fria, quando bombardeiros soviéticos regularmente testavam as defesas ocidentais.
Contudo, a frequência e a intensidade dessas missões aumentaram nos últimos anos, impulsionadas por fricções geopolíticas elevadas, incluindo a guerra da Rússia na Ucrânia e a presença expandida da OTAN na Europa Oriental.
O Alasca, pela sua proximidade com a Rússia através do Estreito de Bering, serve como um palco natural para essas exibições de poder militar, onde bombardeiros estratégicos como o Tu-95 são utilizados não apenas para reconhecimento, mas também como uma forma de mensageiro — um lembrete da capacidade global da Rússia e de sua disposição em desafiar a dominância dos EUA.