
Em uma estratégia ousada para fortalecer sua força aérea em meio à guerra, a Ucrânia está considerando a contratação de pilotos de caça aposentados da OTAN. Essa iniciativa ocorre enquanto o país dá os primeiros os na operação de caças F-16, adquiridos recentemente de nações aliadas, incluindo Dinamarca e Países Baixos.
Como informa a Flying Magazine, durante uma visita a Kiev em 12 de agosto, os senadores americanos Richard Blumenthal e Lindsey Graham se reuniram com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, onde discutiram a possibilidade de estabelecer um programa de recrutamento para aviadores qualificados no F-16, um modelo de caça de um único motor fabricado pela Lockheed Martin.
“O presidente Zelensky nos informou que procurará complementar sua força aérea por meio da contratação de pilotos aposentados da OTAN”, afirmaram os legisladores ao final do encontro. Ambos expressaram apoio à iniciativa.
Embora a Ucrânia tenha começado a operar seus primeiros F-16 no início de agosto, a entrega desses jatos é limitada — apenas algumas aeronaves já foram liberadas, embora cerca de 100 tenham sido prometidas. A capacitação dos pilotos ucranianos para pilotar essas aeronaves de forma eficaz tem se mostrado uma tarefa demorada, atrasando a necessária capacidade de combate aéreo nos fronts de batalha.
O recrutamento de pilotos experientes é, portanto, uma maneira de acelerar esse processo. No entanto, surgem questionamentos sobre possíveis restrições de segurança que poderiam afetar o emprego desses aviadores, que detêm informações sensíveis sobre os sistemas e táticas dos aviões.
O Pentágono ainda não se pronunciou sobre o assunto, e os governos ocidentais têm uma postura rigorosa em relação à atuação de pilotos aposentados em países estranhos.
Recentemente, Washington tomou medidas contra entidades estrangeiras que empregam ex-pilotos da OTAN com o objetivo de treinar pilotos militares chineses, destacando a complexidade da situação.
A possibilidade de que pilotos aposentados da OTAN sejam capturados se tornaria uma preocupação adicional, evidenciando o risco elevado associado a tal iniciativa. Esses aviadores poderiam se tornar reféns em negociações futuras de cessar-fogo e poderiam ser interrogados sobre segredos militares.
Enquanto isso, a Ucrânia continua seu avanço em território russo, especialmente na região de Kursk, o que aumenta ainda mais os riscos para os aviadores. No entanto, os senadores Graham e Blumenthal permanecem firmes em sua proposta de aumentar o apoio militar dos EUA e da OTAN a Kiev.
Eles planejam apresentar uma legislação em setembro para formalizar um acordo de segurança entre a Casa Branca e o governo ucraniano, reforçando os laços entre as nações.