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Política de gênero neutro de empresa aérea não valerá para novos voos com destino à Arábia Saudita

Divulgação – Virgin

A Virgin Atlantic, uma das principais companhias aéreas britânicas, é amplamente reconhecida por sua forte postura em prol da diversidade e inclusão. Entretanto, essa posição parece ser colocada em teste quando a empresa se prepara para iniciar voos regulares para a Arábia Saudita em março de 2025.

Como informa a revista Skift, o que poderia parecer um avanço em sua política de inclusão agora é ensombrecido por diretrizes que exigem que os funcionários se apresentem de acordo com o gênero registrado em seus aportes.

Históricamente, a Virgin Atlantic tem se destacado por suas iniciativas em criar um ambiente inclusivo. Desde a mudança nos designs das aeronaves que refletem essa diversidade, até a abolição de uniformes de gênero específicos no ano ado, a companhia tem se esforçado para representar a individualidade de seus colaboradores.

No entanto, em um movimento que contrasta com sua filosofia inclusiva, a empresa aconselhou sua tripulação a usar uniformes que correspondam ao gênero indicado em seus documentos ao voar para a Arábia Saudita, onde normas sociais e legais em relação à identidade de gênero são notoriamente rígidas.

Um porta-voz da Virgin Atlantic confirmou essa orientação, justificando-a com uma “avaliação de risco”.

A segurança de nossos funcionários é nossa prioridade. Para assegurar a proteção de nossa tripulação em destinos como a Arábia Saudita, recomendamos o uso de uniformes que estejam em conformidade com o gênero que aparece no aporte”, afirmou a empresa. Essa declaração evidencia o dilema enfrentado por muitas companhias aéreas que buscam operar em mercados que apresentam normas sociais divergentes das suas.

O planejamento da Virgin para a rota entre Londres-Heathrow e o Aeroporto Internacional King Khalid, em Riad, destaca a complexidade deste cenário. A estreia do serviço diário está prevista para o final de março de 2025, e a decisão de abrir uma rota para a Arábia Saudita já suscitou questionamentos sobre a coesão entre sua imagem de promoção da diversidade e as expectativas culturais dos países onde opera.

Adicionalmente, essa não é a primeira vez que as políticas de gênero neutro da Virgin Atlantic enfrentam resistência. Em 2022, a companhia optou por um conjunto de uniformes tradicionais para a tripulação que acompanhou a seleção inglesa de futebol ao Catar, em outra situação que evidenciou a contradição entre sua postura inclusiva e as pressões sociais dos destinos atendidos.

Com isso, a Virgin Atlantic se vê em um dilema: manter seus ideais progressistas ou adaptar-se a realidades que, muitas vezes, são refutadas por suas práticas internas, gerando uma reflexão sobre o futuro da diversidade em uma indústria tão globalizada.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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