
DUBAI, Emirados Árabes Unidos – A invasão russa na Ucrânia afeta fortemente a companhia aérea escandinava SAS, que está tendo que voar 3 horas a mais para chegar na Ásia.
Em entrevista ao AEROIN, o CEO da SAS, Anko van der Werff, comentou como o fechamento do espaço aéreo russo, causado pelas sanções do ocidente após Moscou ter invadido a vizinha Ucrânia, tem afetado as operações da empresa de bandeira da Suécia, Dinamarca e Noruega.
“Nós temos voos mais ao norte e isso resulta entre 2 horas e meia a 3 horas e meia a mais para cada voo que fazemos para Ásia. Estamos basicamente 3 vezes menor em voos para a região do que estávamos antes da pandemia e do fechamento do espaço aéreo da Rússia, então isso diz um pouco sobre a magnitude e o impacto”, afirmou o executivo, que destacou a exposição da empresa dado a sua localização geográfica.
Os custos extras para esta operação impactaram a entrada da SAS no Chapter 11, que é uma espécie de recuperação judicial sob a Lei de Falências dos EUA, a qual está hoje nos 5% finais para concluir este processo. A chegada dos investidores da Air -KLM e a consequente mudança de aliança para a SkyTeam, também devem minimizar um pouco os impactos.
A aliança, porém, manterá de fora a Aeroflot a maior e principal companhia aérea russa, até que o conflito termine, afirma de forma direta e curta o CEO da SkyTeam, Patrick Roux, ao AEROIN: “Não temos previsão de mudança”.
Apesar destes problemas, a SAS não desistiu da Ásia, mas manterá uma posição conservadora na região: “Nós colocamos algumas frequências de volta esse ano, para Xangai e Tóquio, mas de maneira geral, ainda estamos até 3 vezes e meia menores. Com esse tempo de voo extra, custo de combustível e voando mais lento (para economia), é difícil para fazer isso funcionar, não vemos uma luz no final do túnel para quando isso irá mudar, isto irá continuar para a indústria como um todo, especialmente para a SAS no norte da Europa, continuará a ser um desafio”, conclui Anko.