
A Ryanair mudou de postura e agora está alertando que as tarifas de Donald Trump irão afetar negativamente a Boeing, sua principal fornecedora.
Anteriormente, a maior companhia aérea de baixo custo da Europa havia declarado que não levava muito a sério os anúncios de Trump sobre taxações extras para a maioria dos países do mundo, especialmente China e Europa. No entanto, o sempre polêmico CEO da Ryanair, Michael O’Leary, foi enfático ao dizer que pode, sim, postergar a entrega dos jatos 737 MAX que a empresa tanto deseja.
“Se as tarifas forem aplicadas a essas aeronaves, é bem provável que atrasemos as entregas para março ou abril de 2026. Podemos adiar e esperar que o bom senso prevaleça“, disse O’Leary ao Financial Times, afirmando que a empresa não tem nenhuma entrega programada para os próximos meses, mas que, a partir de agosto, começará a receber um lote de 25 novas aeronaves.
Na condição atual, o jato seria taxado em 25% a mais sobre o valor total, prejudicando diretamente a companhia, cuja principal concorrente é a EasyJet — que utiliza apenas jatos Airbus, os quais não sofrerão sobretaxas para vendas dentro da Europa. Por outro lado, com o alerta da Ryanair (segunda maior cliente da fabricante americana), a Boeing deve pressionar ainda mais Washington por uma isenção de tarifas sobre aeronaves, para não ver novamente seus pátios lotados de aviões 737 MAX.