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Tensão entre pilotos e locais levou a suspensão de voos de helicóptero na região do Monte Everest

As operações de helicópteros na região do Everest, especialmente em Khumbu, foram suspensas pela Airline Operators Association of Nepal (AOAN) em 5 de janeiro, em resposta a crescentes protestos da população local, incluindo os locais Sherpas.

O aumento do tráfego aéreo devido ao uso de helicópteros para transportar turistas rapidamente até o acampamento base do Everest gerou tensões significativas e preocupações sobre os impactos ambientais e sociais.

Os helicópteros se tornaram uma opção popular para os viajantes que desejam evitar a árdua caminhada de dois dias até o acampamento base, oferecendo uma alternativa mais rápida — que pode custar cerca de US$ 1.000.

No entanto, essa facilidade tem prejudicado a economia local e os empregos tradicionais dos Sherpas, que desempenham funções essenciais no turismo de montanha e na transportação de equipamentos.

O aumento da frequência de voos foi criticado por líderes de expedição, como Wolfgang Nairz, que chamou os helicópteros de “mosquitos de Khumbu”, refletindo a irritação da comunidade local com o tráfego aéreo.

A situação evoluiu para protestos em que jovens e moradores levantaram barreiras em pontos de desembarque, até mesmo ameaçando pilotos em algumas ocasiões.

Diante da escalada das tensões e preocupações com a segurança da comunidade, a AOAN decidiu suspender as operações até que haja garantias adequadas de segurança. Essa medida abrange não apenas os voos de helicóptero, mas também aeronaves de asa fixa que operam na área, já que a segurança das operações não poderia ser assegurada sob as atuais condições.

Vale destacar que a suspensão não é um banimento geral; voos de emergência e evacuações médicas ainda estão autorizados, assegurando que a assistência rápida possa continuar em situações críticas.

O Parque Nacional de Sagarmatha, que alberga o Everest, recebe cerca de 100.000 visitantes anualmente, com aproximadamente 800 destas pessoas tentando alcançar o cume da montanha.

O turismo relacionado ao Everest é crucial para a economia do Nepal, como um dos principais contribuintes financeiros do país. Desde o início das ascensões, mais de 12.000 tentativas de escalada foram registradas, muitas delas com a assistência de Sherpas.

Contudo, o setor de turismo vem enfrentando obstáculos, incluindo a crescente pressão sobre o frágil ecossistema e as tensões decorrentes do tráfego aéreo. O futuro da região e suas operações aéreas dependem da capacidade de resolver esses conflitos e equilibrar as necessidades da população local com as demandas dos turistas.

A suspensão temporária das operações de helicóptero representa uma tentativa de encontrar uma solução para os conflitos existentes entre os operadores de transporte aéreo e a comunidade local. A decisão impactará potencialmente a economia local, especialmente a renda dos Sherpas e de outros trabalhadores que dependem do turismo.

Uma possível solução poderia incluir a regulamentação do número de voos de helicóptero, fazendo com que sejam realizados de forma a respeitar o ecossistema, além de atender às necessidades da comunidade local.

O desfecho desta situação continua incerto, mas é claro que a proteção do legado cultural dos Sherpas e a preservação do ambiente devem ser prioridades nas discussões sobre o futuro das operações aéreas no Everest.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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