
Uma equipe de trabalho encarregada de investigar operações de fretamento ilegais nos aeroportos nigerianos recomendou o fechamento imediato e a reorganização do terminal de aviação geral de Abuja, a capital nigeriana.
Como informou o CH-Aviation, essa ação se deve ao levantamento de que 90% das atividades criminosas relacionadas à aviação no aeroporto, incluindo lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e transferências de foragidos, ocorrem neste local.
Reportagens da mídia local indicam que o Comitê sobre Operações de Charter Ilegais, criado pelo Ministério da Aviação e Desenvolvimento Aeroespacial em julho de 2024 em meio a uma crescente incidência de charters aéreos ilegais, apresentou seu relatório ao ministro Festus Keyamo no dia 4 de março.
Ao apresentar o relatório, o presidente do comitê, Ado Sunusi, CEO da Aero Contractors, estimou que as operações de charter ilegais, juntamente com fraquezas regulatórias e lacunas na concessão de permissões para voos não comerciais, podem ter custado ao governo federal mais de NGN 120 bilhões de nairas (aproximadamente US$ 80 milhões) em receita perdida na última década.
A implicação dos achados sugere que muitos nigerianos de alta renda utilizam seus jatos particulares para operações de charter não autorizadas, o que priva o governo federal de receitas potenciais.
“Nossos achados destacam que essas atividades ilegais não apenas representam um risco para a segurança da aviação, mas também criam um ambiente desleal para os operadores legítimos. Noventa por cento das atividades criminosas ocorrem neste terminal de aviação geral, seja lavagem de dinheiro, tráfico de drogas ou transferências de fugitivos, tudo está sendo realizado naquele terminal em Abuja,” afirmou Sunusi, conforme reportado pela Voice of Nigeria.
Sunusi recomendou que o terminal geral fosse imediatamente fechado e reorganizado, além de ser avaliado antes de ser reaberto para operações. Essa necessidade também foi assinalada por uma auditoria de segurança da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) realizada em 2024.
Em resposta ao relatório, Keyamo, que já atuou como promotor na Comissão de Crimes Econômicos e Financeiros (EFCC), prometeu tomar medidas para coibir essas atividades criminosas, sublinhando o objetivo de criar um ambiente de aviação mais seguro na Nigéria.
Além disso, Keyamo revelou que o governo está investigando uma companhia aérea comercial estrangeira que foi acusada pela Agência Nacional de Combate às Drogas (NDLEA) de auxiliar barões das drogas.
“Essas operações ilegais são completamente não regulamentadas. Às vezes, nem mesmo há um manifesto de ageiros, é algo alarmante. Temos registros de incidentes envolvendo esta companhia aérea, incluindo prisões de corretores de drogas. Se isso pode acontecer com as companhias aéreas comerciais, imagine os riscos com jatos privados,” comentou Keyamo.