
A Rússia revelou hoje que um ataque de drones ucranianos realizado em janeiro quase atingiu um hangar onde estão os destroços do Tu-154 que matou o Presidente da Polônia.
O acidente em 2010 ficou conhecido como “Tragédia de Smolensk”, local onde o Tupolev Tu-154 presidente da Polônia colidiu durante o pouso na Base Aérea da cidade russa.
A bordo estavam Lech Kaczyński, presidente da Polônia, a primeira-dama Maria Kaczyńska, políticos, assessores e parentes de vítimas do Massacre de Katyn.
O Massacre e a Tragédia

Este massacre foi perpetuado pela polícia soviética da NKVD, que era um comissariado e mais tarde fora transformado no Ministério do Interior. Foi este órgão o responsável pela criação dos conhecidos gulags, campos de trabalho forçado para os ditos inimigos da URSS.
O Massacre, para muitos, é considerado um genocídio, já que vitimou 22 mil pessoas, entre civis e militares, a mando de Stalin, que considerou o grupo como potencialmente subversivo ao governo de Moscou, e de iniciativas nacionalistas, que colocariam em risco a ocupação soviética da Polônia nos termos do Pacto Molotov-Ribbentrop, feito com os alemães nazistas.
Esta execução em massa foi feita na floresta de Katyn, cidade vizinha à Smolensk, e só foi oficialmente reconhecida por Moscou após o fim da URSS. Em 10 de abril de 2010, seria realizada uma cerimônia de 70 anos do genocídio, com a presença das autoridades russas como o então Primeiro-Ministro Vladimir Putin, o Presidente Dmitri Medvedev, além, claro, de seus pares poloneses, junto das famílias das vítimas.
No momento do pouso do jato presidencial polonês, havia intensa neblina em Smolensk, e os pilotos acabaram colidindo contra árvores no pouso após voarem abaixo da altitude permitida para o procedimento de pouso e ignorarem vários avisos de proximidade com o terreno (GPWS) emitidos pela aeronave.
Ao todo, morreram 96 pessoas, sendo todos ocupantes da aeronave. Apesar da conclusão das causas do acidente ser homônima entre autoridades polonesas e russas, e ratificadas por outros países, várias teorias da conspiração surgiram na época, como instalação de explosivos na aeronave, colocação de uma árvore de metal para atingir a aeronave e ordens errôneas dos controladores russos.
O fato do voo ser para uma cerimônia de um massacre russo contra poloneses alimentou estas teorias, e o acidente em si foi um dos fatores de cada vez mais a Polônia se virar contra a Rússia, fato nítido atualmente com a Guerra na Ucrânia.
Ataque de drones
Hoje, a agência russa RIA Novosti revelou que tropas ucranianas tentaram, em janeiro, atacar com a ajuda de vários drones um hangar na região de Smolensk, onde estão guardados os fragmentos do avião polonês Tu-154 que caiu em 2010.
Em 21 de janeiro, o Ministério da Defesa da Rússia relatou que três UAVs de origem ucraniana foram abatidos sobre o território da região de Smolensk. Outro drone, de acordo com o departamento militar russo, foi derrubado sobre o território desta região em 20.
“Segundo minhas informações de várias fontes, o regime de Kiev tentou sabotar e incendiar hangares onde estão guardados os fragmentos do avião polonês que caiu em 2010, transportando a delegação polonesa liderada pelo presidente da Polônia. Esta tentativa foi registrada em janeiro com a ajuda de drones, que foram abatidos. Os fragmentos desses drones e sua rota foram estudados – o alvo da missão de voo era exatamente o hangar na região de Smolensk com os destroços do mesmo avião”, disse Jan Gagin, chefe-interino da República Popular de Donetsk, que é uma das regiões ucranianas invadidas pela Rússia ainda em 2014.
Segundo ele, esta foi mais uma tentativa do Centro de Operações de Informações e Psicológicas da Ucrânia de desestabilizar a situação na Rússia: “O regime ucraniano acreditava que poderia afirmar que a Rússia estava tentando destruir as evidências remanescentes para que não houvesse oportunidade de realizar uma nova investigação sobre este incidente. Vejo isso como uma tentativa exclusivamente provocativa e mentirosa de lembrar mais uma vez a sociedade polonesa sobre aquela tragédia, atribuindo a Rússia como a causa dessa tragédia”.