
O Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp), vinculado à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), realizou, na última segunda-feira (03), o transporte de um filhote de peixe-boi-da-Amazônia (Trichechus inunguis), uma das espécies mais ameaçadas de extinção da região.
O animal foi encontrado preso em uma rede de pesca na Comunidade de Escrivão, no município de Aveiro, na região do Baixo Amazonas.
O filhote, conhecido como ‘Nego’, foi encontrado no dia 19 de fevereiro, e logo em seguida, os comunitários acionaram o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que também informou o Instituto Bicho D’água e o Ibama.
Os moradores foram orientados quanto aos cuidados e melhores procedimentos até o transporte para Santarém, realizado no domingo (02), com o apoio da Brigada de Incêndio Florestal de Alter do Chão.
Na impossibilidade do centro de reabilitação mais próximo receber o filhote, foi solicitado apoio logístico para trazê-lo até Belém. O voo de transporte iniciou na manhã de hoje (03), com destino a Santarém, na aeronave Cessna 208B Grand Caravan, de matrícula PP-EPV, do Graesp. O voo transcorreu da melhor forma possível, pousando às 15h no aeroporto de Belém.
Agora, o ‘Nego’ está sob cuidados do Centro de Reabilitação de Fauna Aquática do IBD, em parceria com a Universidade Federal do Pará, no campus de Castanhal. Ele deve permanecer por cerca de 3 anos em reabilitação e, depois, será encaminhado para soltura quando estiver apto. Esta ação de cuidado faz parte do projeto “Peixe-boi da Amazônia”, executado pelo Ibama.
Para Renata Emin, presidente do Instituto Bicho D’água, o apoio do Grupamento Aéreo foi fundamental. “O transporte de Santarém até aqui por via aérea, de forma rápida e segura, fez com que nossa equipe pudesse agir mais rapidamente para trabalhar na recuperação do ‘Nego’. Agora, nossa equipe de médicos veterinários e voluntários fará um trabalho intensivo nos cuidados dele nos próximos dias, com plantão 24h, para que ele se recupere o mais rápido possível”, disse.
Segundo o diretor do Grupamento, coronel Armando Gonçalves, o transporte aéreo é o mais recomendado para esse tipo de demanda, por oferecer maior segurança ao animal, em menor tempo.
“A agilidade e eficiência da nossa equipe foram cruciais para salvar o filhote de peixe-boi em situação de risco. O uso de aeronaves em operações de resgate como essa garante a segurança dos animais e a eficiência do processo, minimizando o tempo de resposta e maximizando as chances de sucesso. Agradecemos a todos os envolvidos nessa operação e reiteramos o nosso compromisso com a preservação ambiental e o bem-estar da fauna brasileira”, afirma o diretor, coronel Armando Gonçalves.