
O diretor-presidente da United Airlines enviou uma comunicação a dezenas de milhares de colaboradores com o objetivo de tranquilizá-los quanto à segurança das operações no Aeroporto Internacional Newark Liberty (EWR), mesmo diante de falhas tecnológicas nos sistemas de controle de tráfego aéreo e da escassez significativa de controladores responsáveis pela movimentação de aeronaves na região.
Scott Kirby, CEO da companhia, afirmou que pretende “esclarecer os fatos” após a divulgação de informações imprecisas acerca da atual situação em Newark, informou o PYOK.
Grande parte das reportagens foi motivada por uma mensagem anterior enviada por Kirby a ageiros frequentes, na qual relatou que aproximadamente 20% dos controladores de tráfego aéreo atribuídos a Newark teriam abandonado seus postos abruptamente, em decorrência de falhas graves em sistemas tecnológicos da istração Federal de Aviação (FAA).
“Em primeiro lugar, e mais importante, todos os voos que operam em EWR são absolutamente seguros“, declarou Kirby, dirigindo-se aos funcionários que demonstravam preocupação diante de relatos de perda de comunicação entre aeronaves e controladores nas imediações do aeroporto, causados pela infraestrutura tecnológica defasada.
“O protocolo da FAA determina que, em situações como falhas técnicas ou déficit de pessoal, todas as companhias aéreas devem reduzir o ritmo das operações e/ou cancelar voos, a fim de preservar os mais elevados padrões de segurança“, acrescentou.
No memorando, o executivo reforçou: “Também assumimos nossa responsabilidade na manutenção da segurança. Nossos pilotos acumulam milhares de horas de voo e são submetidos regularmente a treinamentos em simuladores. Além disso, seguem procedimentos rigorosos para restabelecimento de comunicação em caso de perda de contato com os controladores, garantindo que a aeronave prossiga de forma segura até seu destino.“
Kirby ainda criticou a FAA por autorizar, em horários de pico, um número de voos superior à capacidade operacional que o próprio órgão reconhece como segura — mesmo sob condições ideais, com equipes completas e sistemas em pleno funcionamento.
“Essa equação não se sustenta“, afirmou, revelando que, com frequência, a FAA aprova mais de 80 operações por hora entre 15h e 20h. Segundo Kirby, é imprescindível que o Aeroporto de Newark e a ser tratado como a “joia da coroa” que representa para a região.
O executivo explicou que diversos aeroportos ao redor do mundo, cuja demanda supera a capacidade operacional segura, adotam sistemas de controle de slots (faixas horárias), exigindo que as companhias aéreas disputem autorizações específicas para pousos e decolagens. Esse modelo garante que aeroportos movimentados operem dentro de limites seguros de voos por hora.
Nos Estados Unidos, os aeroportos JFK e LaGuardia, ambos em Nova York, operam sob esse regime. Contudo, em 2016, a FAA deixou de aplicar esse controle no aeroporto de Newark. Na prática, embora reconheça que o ideal seja não ultraar 77 operações por hora, tal número serve apenas como referência e não como limite obrigatório.
Kirby ressaltou que as obras em andamento nas pistas de Newark agravam ainda mais a situação, motivo pelo qual defende a adoção imediata de medidas mais rigorosas. Durante o período de reforma, propõe que o número de slots seja limitado a 48 voos por hora, com posterior ampliação gradual até 77 operações por hora após a conclusão das intervenções.
Até o momento, nem a FAA nem o secretário de Transportes, Sean Duffy, se manifestaram oficialmente sobre a reintrodução do controle de slots. A istração Trump, entretanto, afirmou ter reduzido o ritmo de chegadas e partidas em Newark durante a fase de obras.
Na quarta-feira, a FAA comprometeu-se a acelerar as atualizações tecnológicas dos sistemas de comunicação entre os centros de controle da região de Nova York e a base responsável por Newark, localizada, na realidade, na cidade da Filadélfia.
“Já ou da hora de tratarmos EWR como a verdadeira joia da coroa que é”, concluiu Kirby, em sua mensagem endereçada aos colaboradores da United.
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