
Vídeos com dicas para conseguir mimos em voos comerciais, como upgrades gratuitos, lanches extras ou atendimento diferenciado, têm se multiplicado no TikTok. Criadores de conteúdo na plataforma compartilham supostos “segredos” para conquistar a simpatia dos comissários de bordo. No entanto, o que para muitos parece uma brincadeira inocente pode ter consequências sérias para os profissionais da aviação.
Em fevereiro, o influenciador Henry Wade viralizou ao mostrar como tentou conseguir um upgrade entregando doces à tripulação. Embora ele não tenha sido transferido da classe econômica para a executiva, conseguiu uma fileira inteira de assentos para si e recebeu lanches extras.
O vídeo atraiu milhares de visualizações e inspirou outros ageiros a repetir a estratégia, conforme conta o PYOK.
O problema é que esse tipo de prática pode violar regras internas das companhias aéreas e colocar em risco o emprego dos comissários. Um relato recente no Reddit chamou a atenção para o caso de uma funcionária de uma grande companhia aérea dos Estados Unidos que está sendo investigada por supostamente aceitar “suborno” de um ageiro, possivelmente algo tão simples quanto uma caixa de chocolates.
“Ela foi retirada da escala de voos enquanto a investigação acontece”, escreveu um colega da profissional na rede social. “Tudo começou porque outro ageiro notou o presente e reclamou que o tratamento recebido não foi o mesmo.”
Embora seja comum que funcionários de companhias aéreas viajando sem pagar (os chamados non-revs) levem pequenas lembranças como forma de agradecimento à tripulação, nos últimos meses essa prática se disseminou entre ageiros comuns como uma estratégia para conseguir benefícios a bordo.
Segundo relatos, alguns ageiros chegam a entregar os “presentes” já na porta da aeronave esperando que os comissários os promovam para a primeira classe. Outros abordam diretamente os tripulantes pedindo por tratamento VIP.
Em um ambiente onde a equidade no atendimento e o cumprimento rigoroso das normas são essenciais, a pressão causada por essas situações pode colocar os profissionais em uma posição extremamente delicada.
Diante disso, cresce entre os comissários a recomendação para que não aceitem mais nenhum tipo de presente a bordo, independentemente da intenção do ageiro. A preocupação é clara: mesmo um gesto aparentemente inofensivo pode ser mal interpretado, gerar denúncias e resultar em suspensão ou até mesmo demissão.
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