window.tdb_global_vars = {"wpRestUrl":"https:\/\/aeroin.atualizarondonia.com\/wp-json\/","permalinkStructure":"\/%postname%\/"}; window.tdb_p_autoload_vars = {"isAjax":false,"isBarShowing":false,"autoloadScrollPercent":50,"postAutoloadStatus":"off","origPostEditUrl":null};

Voos de deportados dos EUA se proliferam e agora chegam ao Brasil todas as semanas

Na próxima semana, mais um voo de deportados chegará ao aeroporto de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os dados da ANAC mostram que a operação será realizada na próxima sexta-feira (18), com uma aeronave Boeing 737-800 da iAero, que tem capacidade para 189 ageiros.

A notícia, no entanto, já virou praxe e, neste ano, a quantidade de voos tem surpreendido. Um levantamento do AEROIN mostra que ao todo, já foram 13 voos apenas neste ano, uma média de quase dois por semana, sendo que duas dessas operações envolveu aviões maiores, do porte do Boeing 767. Tal frequência, quase regular, demonstra o drama da tentativa de imigração aos EUA e também denotam que o governo Biden intensificou as expulsões.

Um dos voos, no final de janeiro, trouxe 211 brasileiros, dos quais 90 crianças. Na chegada, os ageiros foram triados e muitos saíram do avião direto para a delegacia, por suspeita de participação em tráfico de seres humanos.

Algumas dessas quadrilhas aliciam crianças brasileiras e as levam à fronteira do México com os EUA, onde se juntam a pessoas que não conhecem para tentarem ar pela borda do país como sendo uma falsa família. Em alguns casos, grupos invadem os EUA e se entregam à polícia, na tentativa de responderem pela imigração ilegal e pedirem asilo enquanto já estão em solo americano.

Boeings 767 estão sendo usados nas expulsões

As duas técnicas já são amplamente conhecidas e dissuadidas pela patrulha de fronteira dos Estados Unidos, resultando num drama humanitário e múltiplos voos de expulsão. Nesse contexto, o Brasil é apenas um dos atores, já que há imigrantes de toda a América Latina nas mesmas condições.

A tática dos EUA

As operações de deportação aérea para países de origem distantes são uma tática que se mostrou altamente eficaz em dissuadir a migração ilegal. Elas já levaram de volta para casa um número significativo de migrantes ilegais, na casa das dezenas de milhares, como aponta uma análise do Centro de Estudos de Imigração (CIS).

Enquanto uma grande parcela da sociedade americana apoia a iniciativa, sobretudo em tempos de Covid, outra se coloca contrária (ou parcialmente contrária).

Anistia Internacional faz um comentário sobre as operações, especialmente pelo fato de o Governo Biden manter os voos, após ter se posicionado contrário a eles durante o governo de seu antecessor, Donald Trump, especialmente no que tange às expulsões de povos mais vulneráveis como haitianos, hondurenhos e guatemaltecos.

A crítica

No documento conjunto, divulgado no final do ano ado, as organizações signatárias alegam que os EUA estão desrespeitando aspectos dos direitos humanos e da crise humanitária em locais como o Haiti, “ao não analisar adequadamente ou recusar o asilo e permitir que os indivíduos sejam devolvidos à perseguição ou tortura” em seus países.

Além disso, a Anistia Internacional cita que muitos haitianos expulsos desembarcaram em voos de deportação doentes, algemados, famintos, traumatizados e desorientados apenas para se encontrarem em um “pesadelo humanitário”, incluindo violência generalizada de gangues, uma crise política em curso, insegurança alimentar, sistema de saúde “à beira do colapso”, devastação após um recente terremoto e risco para a Covid-19 em um país onde as taxas de vacinação estão em torno de 0,4%.

Sob o pretexto de saúde pública, por causa da Covid, os EUA têm feito uso de uma disposição legal para conduzir expulsões em massa e impedir que haitianos e outros procurem asilo. Essa prática tem sido criticada pelas Nações Unidas, especialistas em saúde, organizações de direitos humanos por causa do aumentou no risco de contrair a Covid-19 e contribuir para o racismo, a xenofobia e a discriminação nas políticas de fronteira dos EUA. 

Desta feita, a Anistia Internacional levantou um pedido para que o governo dos EUA pare com as deportações de vulneráveis, mas isso não aconteceu.

O certo é que esse tema ainda deve perdurar, pois o número de voos de deportação foram grandemente aumentados durante a pandemia.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias